Foi assim que tudo começou

Sempre trabalhei muito e como morava sozinha só comia em restaurantes. Em casa fazia no máximo uma macarronada, algumas tortas doces em dias de festas e eram as únicas coisas que cozinhava bem e com prazer - mas tinha horror a panelas!

Meu marido é italiano e quando foi ao Brasil, antes de casarmos, meu irmão e meu sobrinho fizeram terrorismo com ele dizendo que eu não sabia cozinhar. Eu também pensava que era verdade! Para impressionar resolvi enfrentar e fiz uma comidinha (exatamente como mandava a receita) e fiquei irada, porque meu sobrinho ajoelhou-se no chão elevou as mãos ao alto e gritou: "Aleluia!". Que nervoso! Todos começaram a rir e percebi a cara de preocupação do meu futuro marido. Ainda bem que ele aprovou o almoço, para compensar o macarrão horrível da noite anterior!

Há 11 meses moro na Itália e simplesmente apaixonei-me pela culinária. Na primeira semana comecei a inventar (não tinha outro jeito) e alguns dias depois meu marido disse que estava AMANDO a minha comida e confessou que sentiu muito medo por tudo que havia escutado no Brasil ao meu respeito, sobre como ser um fracasso na cozinha e que eu era a melhor cozinheira do mundo! Modéstia à parte, com o passar dos meses, fui percebendo que ele tinha uma certa razão - ao menos no nosso mundinho me considerava a melhor.

Vi que não gostava de cozinhar porquê não tinha tempo e agora o  tenho de sobra para fazer e acontecer.

Amo a psicologia, passei anos da minha vida atendendo, mas estou pensando seriamente em render-me definitivamente aos encantos da culinária!

Compartilharei com vocês algumas receitas que inventei, outras que aprendi e alguns truques de uma cozinheira amadora, que mal sabia o significado de pesos, medidas, temperaturas, gratinar, al dente entre outros.

Espero que gostem e que eu consiga exprimir-me da forma mais simples e cotidiana possível. 
Bjim com muito karim
Léia

Meus utensílios domésticos, até parecem brinquedos de criança! 
A minha torradeira faz torradas com a carinha do Mickey!

Dá vontade de ir para cozinha, não é mesmo!

"Que eu faça um mendigo sentar-se à minha mesa, que eu perdoe aquele que me ofende e me esforce por amar, inclusive o meu inimigo, em nome de Cristo, tudo isto, naturalmente, não deixa de ser uma grande virtude. O que faço ao menor dos meus irmãos é ao próprio Cristo que faço. Mas o que acontecerá, se descubro, porventura, que o menor, o mais miserável de todos, o mais pobre dos mendigos, o mais insolente dos meus caluniadores, o meu inimigo, reside dentro de mim, sou eu mesmo, e precisa da esmola da minha bondade, e que eu mesmo sou o inimigo que é necessário amar?"

(Carl Gustav Jung - The Collected Works of CG Jung - Volume XI, par. 520)