La nonna

Vim ao Cucchiaio pieno, rapidamente, apenas para escrever um recado.

Eu havia previsto postar hoje um gostoso e romântico almoço que fiz semana passada para o Michele pelo seu aniversário, mas postarei na próxima semana.

La nonna (a avó) de Michele fez 91 anos este ano e sempre foi cheia de energia, morava sozinha, cozinhava, muito lúcida e inteligente, nunca aceitou ninguém para ajudá-la em casa. Eu adorava escutar suas histórias, ela sofreu muito na segunda guerra mundial, os alemães destruíram tudo que eles tinham, prenderam o nonno (seu marido) e ela com o gênio que sempre teve conseguiu libertá-lo, uma mulher de fibra, que levantou a família com muita coragem e garra.

Mas semana passada ao levantar-se a noite para apagar uma luz que esqueceu acesa caiu e fraturou algumas costelas, foi internada, passava bem. Fui visita'-la todos os dias e na sexta ela pediu pra eu passar a noite de sábado com ela no hospital. No sábado a tarde ela engasgou e não conseguiu respirar, a reanimaram e colocaram o oxigênio. Como é proibido acompanhantes, liberaram somente porque ela estava muito agitada, pois com uma mão tentava tirar o oxigênio e com a outra queria tirar o soro. O Michele foi comigo e os médicos liberaram a nossa permanência, eu fiquei de um lado segurando o braço esquerdo e ele do outro segurando o outro braço, que força incrível, que energia - brigou muito porque não queria o oxigênio. Lá pelas 10 da noite ela finalmente acalmou e dormiu tão gostoso que fizemos até uma oração agradecendo a Deus, mas depois de 1 hora ela simplesmente parou de respirar, desesperada chamei os médicos - que levaram menos de 1 minuto para chegar - fizeram de tudo mas não teve jeito. Faleceu do modo que queria, ao lado do seu neto preferido (nunca escondeu isto de ninguém), nos nossos braços.

Espero que compreendam, pois não terei como visitar os blogs amigos.

Abraços fraternos
Léia