Antes de mais nada, agradeço a cada comentário de força e amizade. Vocês são muito importantes para mim!
Desculpem-me, mas nesses dias estou com o humor muito para baixo. Por isso escrevo parte de um e-mail que escrevi a minha cara amiga Fátima (Bombom), que expressa parte de meus sentimentos por essa amiga tão amada, Glorinha. Coloquei reticências, para abreviar o e-mail e por conter coisas que não gostaria de expor :
Eu e Glorinha em agosto no Rio de Janeiro. Esse sorriso ficará para sempre guardado em meu coração!
"Minha amiga
...
Quando acordei na 6a feira, liguei meu celular e recebi a mensagem (sobre a "partida" de Glorinha)... tremia inteira, liguei imediatamente para a Beth, mas não conseguia conversar, pois chorei desesperadamente...
Bombom... fiquei de cama e chorei o dia inteirinho, pois embora ela estivesse muito doente eu sempre acreditei que poderia acontecer um milagre! Fiz muitos planos que um dia a receberia aqui em casa e faríamos passeios lindos, pois falávamos sempre desse dia.
Ao mesmo tempo sinto um alívio em saber que minha doce amiga descansou! Enquanto te escrevo choro, pois todas as vezes que falo ou penso nela é assim. Tivemos uma amizade intensa, pois telefonava para ela, antes da doença, toda semana, ela me confiava os seus problemas mais íntimos e eu sempre dei força para tudo. Quando descobriu a doença falamos apenas umas três, quatro vezes, pois depois ela passou a não atender mais ao telefone.
Na nossa última conversa ela me disse: "Léinha, amore mio, o médico não me deu esperanças, sei que vou morrer, mas não quero, pois tenho tanta coisa para fazer. Quero ver nascer meus netos e vê-los crescerem...".
Eu, sempre confiante em sua cura, disse que para Deus nada é impossível e contei o milagre que a minha sogra sofreu quando tinha apenas três anos... Ela estava muito mal no hospital, pois o apêndice se rompeu, os médicos abriram a sua barriga e fecharam imediatamente e disseram para os avós do Michele que poderiam levá-la embora para que pudesse morrer em casa. No caminho pararam em frente a igreja de Santa Emília (em Roma) para fazerem a última oração pela filhinha e quando chegaram em casa minha sogra disse que sentia fome e sede (não comia, nem bebia há dias). Ela comeu e depois comportou-se como se nada tivesse acontecido. Quando olharam a barriga dela, tinha "colado", ou seja não tinha nenhuma cirurgia, nem cicatriz, nada e tinham acabado de abri-la! Seu milagre foi reconhecido pelo vaticano!
Te digo tudo isso para dizer que realmente acredito em milagres, mesmo porquê Deus já fez tantos em minha vida!
Agora penso que quando ela se reequilibrar, no plano espiritual, poderá fazer a visita que tanto sonhava!
Toda essa dor me fez repensar muito a minha vida, pois me veio o medo de se um dia, já que ninguém é eterno, aconteça algo com a minha família e eu estou tão longe! Me fez pensar nos verdadeiros valores da minha vida, no que quero e não quero, pois a vida é mesmo cheia de surpresas boas e ruins!
...
...
Obrigada por ler meu desabafo...
Amo você."
Finalizo com um
pedacinho do último post que a minha amiga sonhadora e poetisa
escreveu:
"Enquanto há vida, há esperança. Olhem para a doença
como um aprendizado e entreguem-se ao AMOR. Ao amor por si mesmos,
principalmente, e deixem vir, entrar, tomar conta de todos os espaços, o amor
dos outros. Ele é um bálsamo curativo, poderoso, que tudo pode."
Fiquem com Deus e um grande abraço a todos.
Léia